sexta-feira, 25 de março de 2011

Um pouco de Brecht

"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar."

Bertold Brecht

quarta-feira, 23 de março de 2011

John e o Pé de maconha

John era um menininho metaleiro ‘desgracento’ do gueto que com seus 16 aninhos passava fome morando com sua mãe em um pedaço de papelão na Praça da República. A única coisa que ele tinha era um walk-machine velho. Ele fazia pequenos furtos de produtos que eram testados em animais (afinal quem teria escrúpulos em roubar coisas que foram testadas nos pobres coelhinhos) para suprir as necessidades básicas de sua mãe. Por falar na mãe de John, ela é uma ex-prostituta que acabou ficando grávida dele, mas não, esta não é uma história tão trágica assim, ela se apaixonou por um cliente e causou-se com ele, deixando assim o “Cafofo da Sara Ruivinha”, o resto da historia não interessa.

Voltando ao presente, depois de ter sido mandado duas vezes para a Febem e uma vez para a Fundação Casa, nosso herói (ou não) John não podia ser preso novamente, então teve de parar de roubar, e, para conseguir sobreviver, sua mãe (velha maldita) o mandou vender seu sagrado walk-machine velho autografado pelo baterista da banda Calibre 12.

Chegando na praça da Sé carregando seu walk-machine¹, com uma plaquinha escrito “VENDE-SE”, uma hippie doida de crack chegou e disse:

- Quanto tu quer nessa tralha ai?

John era muito esperto respondeu:

- Duzentos conto, tem até um autógrafo nele.

- Ba, mano, duzentos conto é osso. Mas eu tenho umas sementes de maconha mágicas aqui, me disseram que elas crescem mais que um coqueiro.

- Não uso drogas ilícitas, mina.

- Então vende, se crescer tanto assim, vai alimentar sua família durante uns 20 anos com uma semente.

John pensou, pensou, pensou e acabou aceitando a proposta da maldita hippie suja, que ficou todo feliz em receber o walk machine. A hippie então pega o walk-machine, anda 100 metros e caba sendo atropelado por um carro.

Nosso herói voltou pensativo para casa, cantarolando sua canção preferida, Raining Blood do Slayer. Logo que chegou em casa mostrou as sementes para sua mãe:

- Mãe! Mãe! Vamos plantar maconha!

-Maconha? Se ta doido moleque? Dessa vez eu que vou presa!

-Mas mãe, é maconha mágica!

-Toda maconha é mágica filho, vamos nos livrar desse lixo.

Sua mãe joga a semente no vizinho.

John fica enraivecido com a atitude de sua mãe já que ele perdeu seu walk-machine por isso, mas como respeita sua mãe, resolve ir beber pra esquecer. Entra numa loja de bebidas clandestina e compra 3 litros de Pitú por quatro reais. E ficou na Rua Augusta bebendo com os amigos até de madrugada.

Lá pelas quatro da matina, ainda meio zonzo, resolveu voltar para “casa”. Chegando lá, notou algo de estranho, mas estava vendo tudo tão torto que não conseguia identificar o que era, algo verde, grande. Ficou quase uma hora olhando para aquilo até perceber que o pé de maconha tinha brotado.

Brotado não! Aquilo não era um broto, era um pé de maconha enorme, chegava do tamanho dos prédios da avenida paulista. Por falar em prédios da paulista, aquilo realmente parecia um prédio da paulista, tinha até elevador panorâmico e ar condicionado, provavelmente os sem-teto já estavam morando lá e o MST querendo fazer uma ocupação pra plantar mandioca.

Rapidamente John acorda sua mãe:

-Mãe, o pé de maconha ta gigante e tem até ar condicionado nele.

-Você ta drogado de novo?

-Não mãe, olha!

-Moleque desgraçado, ainda bem que seu pai está morto, você não seria um orgulho para ele.

John se enche de raiva, pega sua guitarra e apesar do pé de maconha ter elevador ele sobe escalando, para mostrar sua força e recuperar seu orgulho.

Enquanto sobe, os integrantes dos sem-teto ficam proclamando seus direitos e tentam expulsá-lo dali, atirando pedaços de pão que estão tão velhos que já chegaram a dureza de um diamante. John cai três vezes até conseguir passar pelos sem-teto.

Após o nível dos sem-teto, ele chega ao nível dos mafagafos² famintos. Era um andar vazio, escuro, só se via uma parede, nela estava escrito uma frase, John chega perto e lê em voz alta:

- Bem Vindo ao Acre.

Sim, nosso querido herói estava no Acre. Lar de Mafagafos famintos, pokémons e ETs do gueto. Por sorte, John era um grande fã do site desciclopédia e sabia que mafagafos têm medo de amarelo. John com toda sua estratégia ‘ninja’ pega sua camiseta amarela e amarra numa espada que estava dando ‘sopa’ ali no chão e corre até chegar na folha de maconha mais próxima para conseguir escalar para o outro andar. Atravessou este piso na primeira tentativa, já que os mafagafos ficaram com medo da sua espada amarela.
Mas John ainda tinha mais oito andares pela frente. Porém ele decidiu pegar o elevador pois a criatividade do autor havia acabado.

John logo chegou ao fim do pé, aonde se encontrava o “CASTELO LOCO DAS DORGAS” … John muito malandro resolveu dar uma espiada. Logo, ele, ao observar o castelo, constatou que parecia ser o inferno e também com sua sala de aula no ensino Médio.Então se concluía que sua classe era mesmo a porta do inferno na Terra como o imaginado. Mas alguns objetos chamaram mais atenção de John do que o próprio castelo.Ele então tenta os roubar.

John está lá, e em cima de uma mesa está oque ele quer: uma galinha de ovos de ouro, o gabarito do ENEM 2009, o cd Chinese Democracy e um single perdido dos Beatles com Michael Jackson tocando Through The Fire And Flames na flauta doce. John logo decide que vai ficar com o gabarito do ENEM 2009 pra tentar vender pra algum jornal e ganhar uma graninha. John a aproveita e tira sua guitarra da Guitarrissima para fazer um solo do ‘Demo’ quando:

- Graaaaawwr, Metal, metal ! – grita Chimbinha, um gigante de 4,5m de comprimento com incríveis habilidades no ‘tecnobrega’. Logo acontece um desafio

- Arrrrgh, você ta me roubando, exigo uma explicação! Vamos decidir isso em um duelo de metal, quem conseguir vencer poderá ficar com os objetos e prosperar. O perdedor será obrigado a se mudar pro estado do Pará e amaldiçoar o mundo com a pior banda de rock do planeta. – falou Chimbinha

Os dois logo ficaram frente a frente, Chimbinha com sua guitarra Telecaster de ouro maciço e John com sua guitarra da Guitarrisima de plástico.

Os dois resolveram começar o desafio, tocaram ‘Passos Escura’ do HEVO84, ‘Polo’ do Fresno e ‘Recomeçar’ do Restart. Ninguem errou nenhuma nota e um desempate era necessário. A musica escolhida foi Smoke on the water, chimbinha errou a terceira nota e morreu (foi para o Pará). John então voltou para casa todo orgulhoso com sua guitarra de ouro maciço, sua prova do Enem, seu single do Beatles com Michael Jackson e o cd do Chinese Democracy.
Nos meses que se sucederam, John vendeu sua prova do Enem para uma gráfica, devolveu o single para Michael Jackson (que acabou morrendo logo depois de escutá-lo) e lançou o cd Chinese Democracy a fim de denegrir o Guns N Roses. Com a guitarra John aprendeu a ser um ótimo musico, se dedicou a aprender musicas realmente importantes, e logo depois pintou o cabelo, roubou as vestimentas do tirica, mudou o nome pra DH e se lançou como um sucesso comercial.
Essa foi a história de John.


Trabalho de português de Rosbife,Cauê e Anão quando estavam no 1º Delta

segunda-feira, 21 de março de 2011

Resultado da Votação

Já há algum tempo, havia pessoas que não queriam (ou não podiam) mais participar do Grêmio. E hoje, dia 21/03, ao meio dia na 16T, houve uma eleição para as vagas que ficaram abertas à qualquer aluno que se interessasse em fazer parte. A eleição, apesar da várzea que se formou, levou muita gente ao anfiteatro, que por si já é um avanço e demonstra o interesse de uma boa parte dos alunos.
Foi muito bom ver que todo o trabalho que nós temos não é em vão, e que existem alunos que se interessam pelo que nós fazemos e que desejam se juntar ao nosso Grêmio.
Bem, antes de mais nada, gostaríamos de reforçar que –assim como nós dissemos no começo deste ano– o Grêmio é composto por cada um dos alunos e nós só teremos uma voz cada vez mais forte se houver a participação dos estudantes. Cada um dentro da escola faz parte do Grêmio, cada mínimo comentário que vocês deixam aqui no blog, conta. Então, aos que não ganharam, sugerimos que mostrem que vocês tinham um verdadeiro interesse nisso, e não deixem de ir às Reuniões, expor as idéias de vocês. Que não seja sempre, mas ir a uma já vale.
Indo logo ao que interessa, os ganhadores foram:
- Larissa, 1º Beta
- Nikolas (Árvore), 2º Gama
- Ian, 3º Delta
- Rafael, 1º Delta
Como esperado, a lista com vários supostos votos do Lucas Corso, 3º Gama, não foi válida.
Só porque nós simplesmente não queríamos aceitar a tal lista? Não. Mas porque existe um estatuto sobre o Grêmio que determina algumas regras para tudo que nós fazemos, incluindo a eleição (seja para novos integrantes ou para novas chapas). Os votos válidos, serão somente aqueles das pessoas que estiveram no anfiteatro e, portanto, ouviram as propostas de todos os candidatos, e não apenas de um. Houveram os alunos que realmente se interessaram, fizeram questão de pelo menos passar, deixar o voto e só depois ir embora. Portanto, nada justifica. Além disso, se essas listas fossem aceitas, deveria ser válido para todos os alunos concorrentes. O que possibilitaria uma pessoa assinar o papel sem nem ao menos saber do que se trata, e transformaria a votação num concorrido abaixo-assinado, dispensando a apresentação de propostas e a participação do Grêmio.
De qualquer forma, deixamos nossas boas vindas aos novos gremistas. E obrigado pela participação de todos. (:

EDIT:
Colocando agora os números :D
- Ana: 13
- Bruno: 26
- Gabriel: 26
- Ian: 31
- João: 6
- Larissa: 27
- Lucas: 11
- Mariana: 9
- Nicole: 13
- Nikolas: 34
- Rafael: 24
- Tábata: 14

terça-feira, 8 de março de 2011

E então, nós somos iguais?

Tradução: "Nós somos iguais, não somos, 007? Apesar disso, estamos em 2011, e um homem ainda tem mais chances de ganhar mais dinheiro que uma mulher, mesmo quando fazem o mesmo trabalho. Você tem chances muito maiores de entrar para a política ou de se tornar o diretor de uma empresa. Como homem, é menos provável que você seja julgado por comportamento promíscuo, e chances mínimas de ser vítima de abuso sexual. E, diferentemente das trinta mil mulheres no Reino Unido que perdem seus empregos anualmente por estarem grávidas, praticamente não haveria riscos para você caso decidisse ser pai, ou se tornasse um acidentalmente. Para alguém que gosta tanto das mulheres, eu me pergunto se você já se perguntou como seria ser uma?

O mundo mudou, mas os números continuam empacados contra nós. As mulheres são responsáveis por dois terços do trabalho realizado no mundo, apesar disso, ganhando apenas dez por cento da receita total e sendo donas de apenas um por cento das propriedades. Não é só uma questão de dinheiro e poder. Todo ano, setenta milhões de garotas são privadas de educação básica, e chocantes sessenta milhões são abusadas sexualmente no caminho para a escola. Nós temos medo de andar pelas ruas durante a noite, ainda que algumas de nós sinta ainda mais medo de voltar para suas próprias casas. Pelo menos uma em cada quatro mulheres sofre violência doméstica e, toda semana, duas mulheres, no Reino Unido, são mortas por seu atual ou antigo parceiro.

Então, nós somos iguais? Até que a resposta seja "sim", não devemos nunca parar de perguntar"


Vídeo incrível narrado por Judi Dench e protagonizado por Daniel Craig referente ao Dia Internacional da Mulher, mostrando o longo caminho que ainda nos resta até a igualdade. O vídeo usa muitos dados do Reino Unido, mas será que as coisas são muito diferentes por aqui? Vale aproveitar o tema pra indicar alguns blogs, como o Quem O Machismo Matou Hoje, que noticia diariamente os números da violência contra a mulher no Brasil, o Escreva Lola Escreva, o Roupas No Varal, o Mulher Alternativa e o Blogueiras Feministas, que, entre outros temas, têm ótimos textos a respeito da situação da mulher atualmente, e nos mostram que, apesar de muito ser dito ao contrário, ainda há muito por que lutar.


Ah, e também este texto ótimo do qual sempre me lembro no Dia da Mulher.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pé 41

As roupas numerosas da moça de 33 anos e pé 41 iam pro lixo uma a uma, naquele escarcéu debochado típico dos apresentadores do reality show. A moçona alta e grande e pé 41 usou roupa a vida inteira, mas, sabe-se lá como, não sabia se vestir. (Devia ser porque odiava aquele treco que segura as tetas embaixo da roupa e não deixa acender o farol.) Ria alto com voz grave de contralto, exibindo sorrisão alegre e ouvindo que malha marca as gordurinhas, listras horizontais engordam, que ai meu deus que saia horrorosa é essa e que era da altura da apresentadora, mas que esta não calçava 41, não, muito obrigada.
Depois da consultoria de moda, ganhou um cartãozinho vermelho cheio de dim dim pra gastar num montão de roupa bonita. Bacana, sorte a dela. Arrumou cabelo, passou maquiagem.
Largou o sorrisão alegre e mudou pra sorrisão de diva. Os apresentadores perguntaram como a linda se sentia. Renovada! Como assim? Outra pessoa, agora: bonita, feminina, segura, muito mais mulher; agora sou uma mulher.
Tadinha! Só aos 33?
O que não fazem um banho de roupa cara, uns cabelos falsos no cocoruto, a cara rebocada de Avon e um segurador de tetas, não?
(E eu, tão bobinha!, achando que, pra ser mulher, me bastava uma buceta!)


Giulia Confuorto de Castro, 3º Épsilon